Orbitante
Ao pensar alto demais, deslocava o foco da insistência em progredir. Buscava expressar-se de modo sobrenatural, ao contemplar o nível da linguagem Divina. Esta missão incomum só se sustentava ao emitir uma profunda autoconfiança, exagerada pelo auxílio da graça. A dependência e a extraordinária convivência com o céu, despojada por permissão de um silêncio interior, exercitavam uma profunda completude pela busca de inserir um termo novo, cada vez mais específico, que se aproximasse de um revestimento da essência, capaz de cobrir a vergonha da culpa original, nua e inacabada. Diante do mistério, gerava-se "revestida", devido a uma costura infalível, o remendo estragado da acusação, sem sequer poder ouvir os passos da entrega penetrante e sutil, respeitando a confiabilidade. De acordo com os acontecimentos, era permitida essa construção, emergida pela agitação da infeliz realização da busca exterior. Não podemos nos entregar diante das carícias e afagos, prorrogando a "falta" de imposição pela luta de sempre trocar os deleites pelos dissabores. Essa preferência não tira de nós o mérito, mas ajuda a combater inclinações desajustadas. A ajuda vem sempre com a iniciativa de medir o comprimento, o quanto antes, de uma intenção reta para com a salvação, se buscamos perpetuamente não mais perder tempo de estar em Deus, reparando e perdendo o gosto pelo pecado. O que Deus "sabe" a nosso respeito não interessa a nós, mesmo porque o incentivo alheio provavelmente nunca é puro e verdadeiro. Somos independentes uns dos outros, e nosso peso e medida, vice-versa, não interferem com o apoio de ninguém.
Juliana Amorim Alves
Enviado por Juliana Amorim Alves em 14/08/2025
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