Até aqui
Não só pensamos, porém também lembramos, esquecemos e muito mais. Ao pensar, recebemos informações que auxiliam nossas lembranças. Como um quebra-cabeça, vamos intercalando e procurando, no espaço-tempo, reunir fatos que, no presente momento, vamos dando sentido à história da nossa vida, dentro da história da humanidade. E, entre um fato e outro, esquecemos por distração de um barulho ou através de uma associação. Não temos controle; o pensamento é veloz. Obtemos, ao lembrarmos de um modo abrangente e significativo, aspectos peculiares da dimensão que é tão fundamental para diagnosticarmos e atualizarmos, com extrema relevância, ao buscar coerência do quanto somos ainda enigmáticos. Olhar para dentro é o que nos auxilia a verificarmos o quanto precisamos mudar e refletirmos com autonomia e veracidade, por não conseguirmos pensar em duas ou mais coisas simultaneamente ao mesmo tempo. O que dificulta sermos pensantes livres de influências, ao dar ênfase e condições ao outro ser receptivo ou não assimilar, pelo fato das circunstâncias do lado exterior serem prioridades. E vamos deixando pra depois, de certa idade, começarmos a investigar e desenvolver este tipo de linguagem operacional, o que crianças e jovens não conseguem. Quando adultos ou mais velhos, por inúmeros motivos do tempo que nos é dado, “garante” apenas possuir bens materiais e correr atrás do prejuízo de nossos erros. Ao conseguir chegar até aqui, depois de ter certeza de que não dá mais tempo de consertar o que estragou, só existe a possibilidade de tentar alertar e resgatar, através desta prosa, aos principiantes a experiência única dos sobreviventes: o que, tarde, já não mais tão jovens, sobrou. A arte do discernimento do amor!
Juliana Amorim Alves
Enviado por Juliana Amorim Alves em 04/06/2025