Modéstia a parte
O chocante é que não podemos afirmar absolutamente nada sobre o que somos ou desejamos ser, pois não nos pertencemos; somos testados e provados até o último instante das nossas vidas. Numa família, por exemplo, podemos observar o quanto isso é notável. Não conseguimos responder nada por nós mesmos. Ao nos relacionarmos, ou melhor dizendo, ao procurarmos pessoas que identificam certos tipos de estratégias como apoio para confirmar ou estabelecer vínculos através da consolidação de afetos. Obviamente, “estes” familiarizados numa perspectiva misturada, onde aprendemos a perguntar sobre o que temos feito para cumprir nossa missão. Isso existe? Será realmente que, disfarçados como humanos, estamos cumprindo de forma autêntica ou enganando a nós mesmos como fachada para sermos aceitos? Sendo que o que nos espera tem a ver com o julgamento Divino, que nos julgará após a morte. Mas aí não conseguimos mensurar ou fazer essa avaliação por desculpa, ou preferimos continuar atuando como seres infelizes da mortificação? Quanta ostentação para continuarmos a sustentar a velha trama, por assim dizer, dos nossos antepassados na disputa do “olho por olho”, "dente por dente”. É intrigante como o arcaico e mesmo discurso ainda possa convencer alguém nos dias de hoje. Isso prova a necessidade que o homem tem de disputar e preencher cargos, à espera “aparente” de provocar e satisfazer nossos apetites, cedendo ao puro combate silencioso que fere e cauteriza a fúria das glórias vigentes. Como se esse tipo de deleite fosse uma forma de privilégio altamente perigoso e contrário às inclinações da dureza inconformada, insistimos numa falsa ilusão de “liberdade” prejudicial e incompatível com a sobriedade de humilharmos a oportunidade de purificação das nossas feições doentias. Suportamos a insistência em continuar renunciando ao pódio das regalias deliciosas, resistindo com integridade às propostas mundanas às quais temerosamente somos impulsionados a arcar com valentia. Todavia, como os únicos adversários opositores responsáveis pela sabotagem inútil da fuga contrária à sórdida e tenaz miserável natureza humana.
Juliana Amorim Alves
Enviado por Juliana Amorim Alves em 22/02/2025
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